Dez milhões de álbuns, entre vinis e CDs vendidos ao longo de quase duas décadas de uma carreira promissora, recheada de bons momentos, sucessos, shows concorridos e notoriedade. Parece que não falta, ou pelo menos não faltava, nada à dupla Gian e Giovani, uma das mais tradicionais do País no gênero sertanejo. Em entrevista à Gazeta o irmão de Giovani e segunda voz da dupla, revela que não é bem assim. Há três anos sem lançar um CD, e, consequentemente, sem visitar emissoras de rádio e concederem entrevistas a jornais e revistas, a dupla, que vinha se dedicando à divulgação do DVD "Uma História de Sucesso", achou que é hora de voltar os olhos à mídia.
Saudosos do contato com ouvintes, telespectadores e leitores, Gian e Giovani querem deixar claro que estão cada vez mais fortes na jornada. Tanto assim que, neste mês, começa a ser vendido nas melhores lojas do ramo, em todo o País, o novíssimo trabalho dos artistas que saíram ainda pequenos, de Franca (SP), com os nomes de batismo, Aparecido e Marcelo, rumo ao estrelato.
Ainda crianças, os hoje Gian e Giovani, tocavam violão escondido do pai, seu Francisco, que embora tenha o mesmo nome, não é o patriarca da família de Zezé di Camargo e Luciano.
A brincadeira foi ficando séria e logo o pai de Gian e Giovani percebeu o talento dos filhos. À essa altura, não era possível mais segurá-los.
Antes de formar a dupla considerada hit maker, ou 'fazedora de sucessos', Gian e Giovani compuseram um trio. Eram Aparecido, Marcelo e Arnaldo, o outro irmão, que formavam Sereno, Sereninho e Gauchinho. O trio teve pouco tempo de história, até em razão do carisma de Aparecido e Marcelo, ou Gian e Giovani, e se desfez, transformando a vida dos irmãos-prodígio.
MARCANTE
No novo CD, Gian e Giovani, intérpretes da bem-sucedida "Nem Dormindo Consigo Te Esquecer", resgatam a carreira num álbum com 15 canções, sendo praticamente todas inéditas. Apenas três músicas, segundo o próprio Gian, à Gazeta, são releituras ou regravações.
"Nele (novo CD), reforçamos o carinho que temos para com nossa carreira. É a volta de um bom tempo que nunca deixou de existir", observa.
Fãs do sertanejo universitário
Humildes, educados, meigos até, embora o sucesso tenha batido várias vezes à porta de ambos, Gian e Giovani tiram literalmente o chapéu aos sertanejos universitários, 'febre' que tomou conta de todo o Brasil, no último ano.
A Onda Livre FM 105,3, inclusive, é precursora, entre as rádios do País, a divulgar o estilo, por meio de Sheba e Guina Santos. Gian se diz fã confesso do gênero. "Até porque, o estilo descortinou às pessoas que ainda não sabiam da relevância do sertanejo, uma música de qualidade, feita com amor. É o mesmo sertanejo, mas adequado à galera, à juventude. Adoramos!", admite Gian. (LC)
NÚMERO
1988 foi o ano em que a dupla gravou o primeiro tape
